domingo, 7 de março de 2010

A Maçã do Jardim do Éden

Olhando para o alto da macieira, avisto a minha Maçã do Topo. Na verdade, já não sei mais se posso chamá-la desse modo, portanto, é melhor dizer que está adiante de mim aquela que um dia fora a minha Maçã do Topo. E a cada mês que a encontro no Jardim do Éden, ela está mais brilhante.
Estando eu camuflada em meio a natureza, admiro-a, ora de longe ora de perto. As vezes nossos olhares se cruzam e avermelhadas ficam as minhas maçãs do rosto. E a Maçã do Topo reage quase indiferente aos meus olhos. Há momentos que eu consigo até ler seus pensamentos: "Oh vil e teimosa Larva, por que tu és tão insistente? Já sabes muito bem que não posso mais abrigar-te! Vá e siga tua vida sem mim."
Se são pensamentos verdadeiros ou errôneos não sei. Apenas ouço o conselho e sigo adiante. E no meio do caminho encontro outras Maçãs que não habitam e nem desejam habitar a Macieira do Jardim do Éden. Há sempre uma que me ofereça abrigo e muito ingênua tenta me cativar. Infelizmente é em vão, pois logo é chegado o momento de seguir rumo ao Paraíso.

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