domingo, 11 de abril de 2010

Clareira em meio a noite escura

Dirigindo a longa estrada e rasgando a noite, tudo estava tão escuro como se tivessem apagado a Luz de todo o Universo e nenhum ser celestial sequer se lembrou de reacende-la. Sem opção, continuei a acelerar o veículo pela noite adentro e optei por utilizar o farol alto. A luz era intensa a ponto de ofuscar a vista de alguns motorista que passavam por ali no sentido oposto, rumo ao centro da cidade.
E naquela noite escura de outono pude avistar uma clareira: "Eles ainda estão me esperando" - pensei. Acelerei o carro até atingir a marca dos cem quilometros por hora, o que significa alta velocidade para aquela estrada recém reformada cujo destino final dava para os sítios e chácaras. É nesse lugar que vivem os humanos que ainda gostam de verde e rejeitam a poluição.
Abri o portão e estacionei o carro no mesmo lugar de costume. Peguei meus apetrechos e entrei naquele aconchego o qual prefiro chamar de Lar. Papai cochilava no sofá e mamãe falava ao telefone com a filha mais velha. Logo ela desligou e soltei um caloroso "Boa noite família!" - papai abriu a pálpebra cerrada e a mãe soltou um suspiro - finalmente a família estava completa.
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Hellen Fonseca - 09/04/2010

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