quinta-feira, 15 de julho de 2010

Se as fotografias tivessem som

Ah se as fotografias tivessem som, eu de certo viajaria no tempo e rememoraria cada instante da infância - que já não é mais récem-acabada. É engraçado como a nossa própria mente ilude a nós mesmos: não me lembro mais dos fatos como antes. Parece que a cada novo ano que se chega, mês ou ainda a cada novo dia que se inicia, parece que vou perdendo um pouco das lembranças do meu passado - até mesmo aquele que era o mais roteneiro de todos, como acordar para ir à escolinha e chorar no portão da entrada implorando à mãe para que não me abandonasse. O que havia ali que tanto me amedrontava? - Não sei, eu já não me lembro mais.
E assim vivo a vida. A cada novo dia um a menos para se recordar. Cada pessoa que se chega, é porque uma teve que partir. E ela não parte por assim desejar, na verdade ela sequer percebe que se foi. Os dias correm tão depressa como as vidas das pessoas, e com o passar das semanas e posteriormente alguns meses, e quando se dá conta: onde está aquele alguém que me era tão importante? - Ele já não está mais ali, cotidianamente como antes. E nisso, vem aquela pontada de saudade seguida de uma angústia, assim tão humana... e então procuramos nos recordar dos momentos vividos ao lado de pessoas incríveis, provocando o nosso vil cerébro e o obrigando a se lembrar de fragmentos históricos que fazem parte da nossa vida.
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Hellen da Fonseca 15/07/2010

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