Entre muitos papéis que habitam a minha agenda, encontrei o nome dele escrito. A letra não era a minha, não havia excessos, volteios ou enfeites como manda o estereótipo feminino. Lembrei-me então daquele dia quando o abordei para pedir o telefone. Era um assunto qualquer. Aniversário de amigo. Por que não convidá-lo? Ótimo pretexto. E foi o que fiz.
Sem opção, ele escreveu num pedaço de papel que eu mesma arrancara da minha agenda. Como dói pensar em arrancar as folhas! - Mas como era para ele, ah... não me custou nada, do contrário, foi um prazer. E quando ele escreveu, guardei carinhosamente e até me esqueci do papel. Ficou morando no interior de minha agenda durante alguns meses. E enquanto isso, nossas vidas transcorriam normalmente. Não foi preciso nenhum pedaço de papel para nos aproximarmos - nos encarregamos de fazer isso espontâneamente. Foi como fechar os olhos e sonhar acordada. Quando abri, já estávamos nos beijando.
E ainda confesso que esse precioso pedacinho de papel ficou perdido entre minhas inúmeras anotações, até que hoje finalmente o encontrei. Apareceu enquanto eu folheava as páginas, rememorando a vida de frente pra trás. E aquele papelzinho... tão singelo e tão especial. Onde tudo começou.
De tão boba, comecei a reparar em todos os trejeitos e em todos os elementos que compõem aquela obra prima. A letra é de menino mesmo, de forma, simples. O número oito não é desenhado como o do infinito. É somente uma bolinha com outra menor em cima. Tampouco, não é menos bonita - mas dá pra ver que é de menino.
O que será que ele pensava de mim quando me entregou esse papel? Será que consigo enxergar nos traços os mistérios de sua Alma? - A psicologia inventou uma técnica perspicaz que muito diz acerca da personalidade Humana quando se analisa a caligrafia. O que diriam sobre ele?
Talvez ele não pensasse em nada, como um ingênuo que não percebeu as minhas intenções de mulher. Ou percebendo-as, se fez de bobo p'ra pensar que fui eu quem o conquistei. Não sei, são cogitações. Somente aquela Alma Humana, que hoje chamo de Amor, pode esclarecer as minhas dúvidas. Mas confesso que ainda não quero deixar de tê-las, não é preciso trazer tudo à luz. Reserva um pouco para a curiosidade, que daí também se faz crescer o amor - é o que me diz a minha vil consciência.
E agora mesmo, olhando para esse pequeno pedaço de papel, sinto saudades dele.
Sem opção, ele escreveu num pedaço de papel que eu mesma arrancara da minha agenda. Como dói pensar em arrancar as folhas! - Mas como era para ele, ah... não me custou nada, do contrário, foi um prazer. E quando ele escreveu, guardei carinhosamente e até me esqueci do papel. Ficou morando no interior de minha agenda durante alguns meses. E enquanto isso, nossas vidas transcorriam normalmente. Não foi preciso nenhum pedaço de papel para nos aproximarmos - nos encarregamos de fazer isso espontâneamente. Foi como fechar os olhos e sonhar acordada. Quando abri, já estávamos nos beijando.
E ainda confesso que esse precioso pedacinho de papel ficou perdido entre minhas inúmeras anotações, até que hoje finalmente o encontrei. Apareceu enquanto eu folheava as páginas, rememorando a vida de frente pra trás. E aquele papelzinho... tão singelo e tão especial. Onde tudo começou.
De tão boba, comecei a reparar em todos os trejeitos e em todos os elementos que compõem aquela obra prima. A letra é de menino mesmo, de forma, simples. O número oito não é desenhado como o do infinito. É somente uma bolinha com outra menor em cima. Tampouco, não é menos bonita - mas dá pra ver que é de menino.
O que será que ele pensava de mim quando me entregou esse papel? Será que consigo enxergar nos traços os mistérios de sua Alma? - A psicologia inventou uma técnica perspicaz que muito diz acerca da personalidade Humana quando se analisa a caligrafia. O que diriam sobre ele?
Talvez ele não pensasse em nada, como um ingênuo que não percebeu as minhas intenções de mulher. Ou percebendo-as, se fez de bobo p'ra pensar que fui eu quem o conquistei. Não sei, são cogitações. Somente aquela Alma Humana, que hoje chamo de Amor, pode esclarecer as minhas dúvidas. Mas confesso que ainda não quero deixar de tê-las, não é preciso trazer tudo à luz. Reserva um pouco para a curiosidade, que daí também se faz crescer o amor - é o que me diz a minha vil consciência.
E agora mesmo, olhando para esse pequeno pedaço de papel, sinto saudades dele.
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Hellen Fonseca 07/07/2010
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