domingo, 8 de novembro de 2009

Esperando o ônibus

Esperar o ônibus é um martírio,
Os carros passam,
E passam.
Os faróis estão ligados,
A chuva cai quieta,
E o ônibus não vem.

E os carros ainda passam,
E não cansam,
Seguro o guarda-chuva
Apenas espero, onde ele está?
E os carros ainda a passar...

As pessoas chegam ensimesmadas,
Também a espera de algo ou alguém,
Ou a espera de ônibus.
Carros sobem
Carros descem.
Onde ele está?

Os postes, as pessoas, os prédios,
Os carros, a fumaça, os papéis,
As janelas, os cadernos, as folhas,
E ele onde está?

O asfalto, a lama, a chuva,
E se ele chegasse?

Os cachecóis, os chicletes, a chuva
E se ele aparecesse?

Os cabelos, o vento, a garoa,
E se ele surgisse?

A mochila, o agasalho, os braços...
Se me buscasse?

O rosto, os olhares, os olhos, as pálpebras...
Se me levasse...

O abraço, o calor, a respiração...
Se me raptasse...

O cheiro, o gosto, a voz, o toque...
Se me amasse...

A pele, a excitação, o suor, seu corpo
Meu corpo, meu e seu, seu e meu e um ônibus.

Eu em você, você em mim e uma buzina.
E o ônibus? Se foi...

Nenhum comentário:

Postar um comentário