Finalmente chegou em casa, abriu o portão e foi correndo abraçá-lo. Procurou por todos os cantos. Onde teria se escondido? Procurou em seu quarto e não estava lá. Olhou a sala e também nada. Revirou a casa: quarto, sala, cozinha, quintal, quarto da mãe, quarto da irmã. Não estava mais em casa.
Teria o gato sumido? Não sei, pelo que tudo indica ele não estava em casa. Foi até a rua e de porta em porta perguntava pelo seu animal. A resposta era sempre negativa.
Então, de tão desesperada, de mulher fez-se um monstro chorão e desesperado. Culpava-se: se ao menos eu não tivesse saído naquela tarde, ele certamente estaria aqui.
Todos que a amam tentaram acalmá-la: pai, mãe, irmã, namorado e amiga. De nada adiantou, fez questão de ofendê-los ainda mais. Aos pais não sei ao certo o que disse, mas ao namorado disse palavras hediondas, sentiu-se ele menor que o próprio gato.
Para com a amiga, fez muito pior e por já estarem abaladas por conta de desentendimentos de outrora, fez questão de afundar o pé sobre ela ainda mais. Xingou e cutucou-lhe a ferida. Que infeliz idéia!
Disse-lhe palavras de repúdio, talvez ela jamais se esqueça disso. Quando ao seu gato, ninguém sabe ao certo sobre seu paradeiro. Caso esteja vivo, voltará para a casa. Mas e a amizade? Se fosse necessário optar entra uma coisa e outra, qual seria a escolha?
As mentes mais sãs, provavelmente escolheriam a amizade e aquele que realmente deseja ver feliz o amigo, daria mil gatos para não perdê-lo.
Até que ponto as relações afetivas dependem de um animal? - Mesmo que esse não seja uma criatura qualquer, mas aquela que se tem um sentimento mais que especial?
Falando por mim mesma, se essa amizade tivesse um custo o qual eu calculasse em "gatos", concerteza eu daria mais de mil deles, quantos ela desejasse ou melhor ainda: traria seu companheiro doméstico devolta pr'a casa. Não obstante, isso não depende de mim.
Em meio a essa reflexão, questiono então a minha significação para essa pessoa e sem muito o que fazer, decido por nada fazer, deixo estar. Somente o tempo dirá.
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