quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Flutuando . . .


Quando o mar está agitado e repleto de ondas, não perco tempo na areia da praia. Vou de encontro a ele para humildemente desafiá-lo. Às vezes, ele não tem piedade dos seres humanos que nele habitam momentaneamente e assim, lança ondas ferozes contra tudo e todos. Conversas são interrompidas e gritos surgem. Casais que antes se beijavam agora interrompem a ação. É cada um por si.

A onda estoura na direção de todos. Mães, protejam suas crianças! Ela vem forte, espumante e salgada. Alguns mergulham até sentirem que ela passou; outros permanecem de pé para senti-la bater nas costas. Há ainda espíritos mais audaciosos que gostam de pegar uma carona até a beira da praia. É um espetáculo que acontece durante todos os instantes do dia.

Quando são dias de calmaria, não há muito o que fazer. Gosto somente de flutuar sobre a superfície do mar. É quase relaxante.

A mente está sempre em estado de alerta, contudo às vezes me vejo perdida em pensamentos. É nessas horas que a consciência migra junto a ele e as lembranças são recorrentes. O que faríamos se nos encontrássemos ali, livres e por acaso mesmo após tudo que acontecera? Sem perceber acabo fantasiando situações que jamais poderiam ocorrer naquele momento. Volto à realidade ao relembrar de seus estranhos gestos e palavras. Essas nuvens se tornam minhas companheiras durante o resto do dia até serem finalmente dissipadas por uma longa noite de sono.

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