quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Gotas d'chuva

A chuva se alastrou pelo litoral, mas não veio sozinha. Zéfiros soprou a ventania e Zeus ainda não contente lançou raios e trovões sobre a crosta terrestre. Nesse instante não estava em casa, tampouco não me faltou abrigo e nem mesmo companhia, mesmo que todos estavam num estado de espírito que oscilava entre o medo e o nervosismo.
Nada fiz. O que eu poderia fazer? Certamente eu pararia o veículo, mas talvez essa escolha não fosse a mais acertada. O motorista continuou a guiar o carro pela noite adentro e pela chuva afora. Fazia isso sem enxergar ao certo o que viria pela frente. O para-brisa fazia seu trabalho em ritmo alucinado. Contra a nossa direção um carro surgiu. Aproximava-se cada vez mais. A velocidade também aumentava. Nosso guia freou e passou a andar pela metade do acostamento.
Foi por pouco, mas estavam todos sãos e salvos. A chuva, entretanto não cessou. Continuou frenética por todo o caminho de casa, até que finalmente a entrada para o condomínio foi avistada. O veículo entrou mais do que depressa, agora era preciso encontrar a rua de casa. Seguimos pela principal e a chuva começou a abrandar. Agradecemos pela permissão de continuarmos a viver, isso realmente foi uma dádiva concedida naquele instante momento.
Depois de me perder em pensamentos escutei o motorista puxar o freio de mão. Desci do carro e olhei para o céu. Poucas gotas d'chuva caíram sobre minha fronte.

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